Mantendo-se fiel ao princípio de preservar
nossa memória, o Instituto Histórico de Igarassu fundou em 24 de janeiro de
1954, ano em que se comemorou o Tricentenário da Restauração contra o domínio
holandês, em sua sede provisória, no térreo do Sobrado do Imperador, a “Galeria
da Restauração Pernambucana”, dirigida pelo Dr. José Eduardo da Silva Brito,
que com muita dedicação, lutou para ampliação da mesma, adquirindo e até
comprando com seu dinheiro, peças para o acervo da Galeria, célula mater do
hoje Museu Histórico de Igarassu.
Graças ao incansável trabalho do Dr. Britto,
o museu recebeu por doação dos descendentes do cel. Victor Vieira de Melo,
natural de Nazaré da Mata, grande número de objetos. O coronel, segundo consta
em ata, manifestou a vontade de que os objetos do seu museu fossem doados ao
Instituto Histórico de Igarassu. As peças, recebidas com grande apreço,
formaram a “Galeria Nazaré”, a segunda do museu e inaugurada em 23 de janeiro
de 1955.
Aos 02 de fevereiro de 1955, quando visitava
o Museu, o Arcebispo de Olinda e Recife D. Antônio de Almeida Morais Júnior,
depois de dar sua benção solene, inaugurou a “Galeria Sacra Padre Machado”, a
terceira da instituição.
Em setembro de 1956, segundo informação do
jornal à “Voz de Igarassu”, o Sobrado do Imperador, graças a rigoroso inverno,
ameaçou ruir. Na época o Instituto Histórico e o seu Museu, mudaram-se,
provisoriamente, para o edifício da Casa de Câmara e Cadeia, ocupando o salão
onde funcionou a intendência municipal.
Na reunião mensal realizado em 03 de julho
de 1957, Dr. Britto anunciou que “... havia entrado em entendimento com o
proprietário do prédio nº 18, da rua Dr. Barbosa Lima nesta cidade, no sentido
de adquiri-lo para sede do Instituto e de seu Museu tendo o mesmo acertado o
preço; ficando justo, por Cr$ 40.000,00 (Quarenta Mil Cruzeiros) negócio que
deverá se realizar em agosto próximo, tendo os demais diretores concordado com
o senhor presidente...”.
A leitura das atas de então (1957), dão
conta de que o Instituto e seu Museu, transferiram-se novamente para o Sobrado
do Imperador, haja vista que a Sessão Magna de Setembro daquele ano foi
realizada naquele edifício, que servia novamente de sede provisória para a
Instituição.
Em 1958, o Instituto Histórico adquiriu por
compra, aos herdeiros do Dr. Maviael do Prado, o prédio situado à rua Barbosa
Lima 18, e providenciou a imediata restauração e adaptação do mesmo, que passou
a ser sede da instituição e do seu Museu em 05 de maio do já citado ano. Com o
passar dos anos, a conservação e manutenção do acervo tornou-se bastante
onerosa aos cofres do Instituto, ficando o mesmo sem condições de manter o
Museu aberto a visitação pública.
Tomando conhecimento da situação em que se
encontrava o Museu do Instituto, o prefeito do município Dr. Clóvis Lacerda
Leite propôs um convênio, que foi aceito por unanimidade. De imediato, a
edilidade assumiu a administração do Museu que foi ampliado, instalando-se no
prédio vizinho, adquirido pela municipalidade, o salão de reuniões e a
biblioteca do Instituto. Desta forma, o Museu passou a ser incorporado ao
patrimônio do município, que assumiu a responsabilidade de conservação e
manutenção em agosto de 1972, época em que o prédio passou por reformas, sendo
aberto ao público em solenidade realizada em 27 de setembro do mesmo ano.
Entre março e abril de 1977, nos informa o
Dr. José Eduardo da Silva Britto - então diretor da instituição, em ofício
destinado a EMPETUR, o Museu estava fechado para reorganização do seu acervo,
então com problemas.
No dia 02 de março de 1978, o Museu fecha
suas portas, para restauração geral do prédio e do acervo, reabrindo,
festivamente, no dia 07 de julho. Os trabalhos de restauração foram coordenados
pelo paulista Nerivaldo Leal.
No início de 1983, em visita realizada ao
Cartório do Ofício Único, a direção do Museu Histórico detectou uma série de
documentos importantes para preservação da história de Igarassu (inventários,
testamentos, prestações de contas de irmandades, processos crimes, etc) alguns,
infelizmente, não convenientemente arquivados, o que gerou, junto ao Juiz de
Direito da Comarca, o pedido de guarda oficializado em 04 de maio do já citado
ano.
A guarda definitiva de tais documentos só
ocorreu em outubro de 1983, quando o Dr. Antônio de Pádua Couto Caraciolo –
Juiz de Direito da Comarca, liberou o pedido feito em maio de 1983.
Anos depois, em 1985, visando preservar e
catalogar toda esta documentação foi criado o Departamento de Pesquisa
Histórica – D.P.H., que hoje reúne os 18,5 metros lineares de documentos
oriundos do Cartório.
Em 1994, durante os meses de julho, agosto e
setembro, o prédio do museu e parte do seu acervo foram novamente recuperados
pela edilidade.
Atualmente, o Museu ocupa três casas do
século XVIII, reunindo valioso acervo com 250 peças, das quais 185 estão em
exposição, e um Departamento de Pesquisa Histórica, responsável pela guarda de
valiosos documentos. Destaque para as exposições de peças sacras, numismáticas,
mobiliárias e armas.
Recentemente (2003/04), o prefeito Yves
Ribeiro de Albuquerque, fiel na defesa da “Casa Municipal de Cultura” colhe
recursos do Ministério da Cultura e da própria edilidade no montante de mais de
R$ 200.000,00 (Duzentos Mil Reais) e recupera fisicamente estes três imóveis
para propiciar condições físicas apropriadas à conservação do acervo, a
visitação pública, e fundamentalmente a educação patrimonial.
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